Perfeição: eis o coração do novo
relógio, movido a átomos de
mercúrio e estrôncio
O relógio mais preciso do mundo Especialistas constroem relógio que será referência do planeta. Em 32 bilhões de anos, só atrasa um segundo
Está sendo montado no Observatório de Paris o relógio mais preciso do mundo. A um custo de 500 mil euros e a perseverança de seis anos de trabalho, ele será a referência para o acerto de todos os ponteiros – desde o Big Ben, que crava a austera pontualidade britânica, até um mero relógio de pulso. É por ele também que se balizarão a internet e as empresas de telefonia de todo o planeta. O coração desse novo equipamento baterá movido por átomos de estrôncio e mercúrio que geram energia ao serem bombardeados por feixes de laser. Esses raios fazem as partículas atômicas vibrarem ao máximo e essas oscilações são “entendidas” pelos computadores dessa máquina como unidades de tempo – algo similar, em perfeição e complexidade, ao corpo humano, no qual coração e cérebro “trabalham” sincronizados para que nos mantenhamos vivos.
Nos relógios tradicionais movidos a césio, que já servem de referência mundial, um segundo é feito de 9.192.631.770 vibrações. O único inconveniente é que, nesse caso, os aparelhos atrasam um segundo a cada 52 milhões de anos. Isso já é um atraso insignificante e praticamente imperceptível. Pois, agora, pasmem: os ponteiros do novo relógio que os especialistas do Observatório de Paris estão construindo só precisarão de ajuste a cada 32 bilhões de anos. Já nos relógios bem mais simples, que são movidos a bateria e freqüentam o nosso dia-a-dia, a qualidade da energia que os mantém operando é instável devido à sua sensibilidade a interferências externas. Esses modelos atrasam um segundo por dia, mas esses atrasos, que parecem bobagem de tão ínfimos, acabam sendo graves quando acumulados ao longo de anos. Dá para imaginar o caos que se formaria nos mais diversos setores do nosso cotidiano se a marcação internacional do tempo fosse feita através deles – basta pensar em horários de vôos e em acidentes aéreos. Agora, com os olhos voltados para o novo relógio francês, dá também para pensar na maravilha de se estar atrasado apenas um segundo em um trilhão, cento e cinqüenta e dois bilhões de dias. Pelo menos tecnologicamente, o homem terá domado o tempo.
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