Investigação e inovação - 23-04-2008 - 13:20
Galileo: o GPS Europeu
Depois do insucesso das negociações com o sector privado para dar início ao projecto Galileo, o programa europeu de radionavegação por satélite, a Comissão Europeia recomendou que o sistema fosse financiado com fundos públicos. O plenário do PE acaba de aprovar um relatório da eurodeputada húngara Etelka Barsi-Pataky, sobre o prosseguimento da execução dos programas europeus de radionavegação por satélite. O programa deverá estar operacional em 2013.
O Galileo, também designado como o "GPS europeu", é uma iniciativa conjunta da União Europeia e da Agência Espacial Europeia (AEE), uma organização intergovernamental composta por 17 países europeus. A decisão política de lançar o projecto Galileo foi tomada no Conselho Europeu de Nice, em Dezembro de 2000 e a estrutura do sistema foi concebida pela AEE entre 1999 e 2001.
"Sem o Parlamento Europeu, o Galileo não teria sido possível"
De acordo com a eurodeputada dinamarquesa Anne E. Jensen (Grupo da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa), "é importante que a Europa desenvolva a sua própria tecnologia. O sistema Galileo vai permitir controlar melhor os transportes e torná-los mais seguros".
"É um dia importante para a Europa, pois estamos em vias de dar luz verde a um dos mais importantes projectos da União Europeia", acrescentou a eurodeputada alemã Angelika Niebler (Grupo do Partido Popular Europeu e dos Democratas Europeus), presidente da parlamentar comissão da Indústria, da Investigação e da Energia.
O projecto Galileo baseia-se em 30 satélites colocados em três órbitas a uma altitude de 24.000 quilómetros. Deverá cobrir toda a superfície do globo através de uma rede de estações de controlo terrestre. Cada satélite estará equipado com um relógio atómico de alta precisão, que fará com que seja possível determinar a localização de qualquer objecto estático ou em movimento com uma margem de erro de um metro.
Benefícios do sistema Galileo
A transmissão via satélite é vital em áreas como os sistemas de telefone, a televisão, a aviação e a navegação. A área de acção do Galileo não vai limitar-se apenas aos aspectos económicos e empresarias, mas também para sistemas de emergência, para guiar as pessoas cegas ou aqueles que sofrem da doença de Alzheimer, para exploradores, caminhantes. Também melhorará os sistemas de informação geográfica, a gestão agrícola e a interligação de redes bancárias, eléctricas e de telecomunicações.
Apesar de na Europa se utilizar com frequência o sistema norte-americano GPS para fins civis, a criação de uma transmissão por satélite Europeia justifica-se pelo limitado nível de precisão do primeiro e pela sua escassa fiabilidade, especialmente nas latitudes extremas. A juntar, o carácter predominantemente militar do GPS implica a possibilidade dos usuários civis serem desconectados durante uma crise. O Galileo cobrirá estas falhas e áreas geográficas complicadas, como o norte da Europa.
"O Galileo não se resume a um sistema que permite que as pessoas cheguem mais depressa a casa. É um desenvolvimento tecnológico ao mais alto nível", afrimou o eurodeputado alemão Norbert Glante (Grupo Socialista).
"Trata-se da primeira infra-estrutura europeia, um passo importante do Parlamento Europeu", referiu Etelka Barsi-Pataky, autora do relatório aprovado. "O Galileo é um passo para uma Europa mais forte e é fundamental respeitar o calendário, para evitar atrasos", acrescentou.
Se os prazos forem respeitados, o Galileo deverá estar operacional em 2013.
REF.: 20070615STO07872
MAIS:
Nenhum comentário:
Postar um comentário